Quando crianças, cada nova
descoberta era um mundo fascinante que acabávamos de conhecer. Era uma época
onde nossa única preocupação era brincar, sonhar e ser feliz. A partir destas
brincadeiras, com nossos irmãos, amigos, primos e vizinhos, desbravávamos um
novo mundo todos os dias. Um mundo mágico, que nos enchia de esperança.
Quem não sonhou em ser
astronauta, professor, bombeiro, policial ou médico? Com a nossa inocência de
outros tempos e a nossa pureza, as coisas eram tão mais simples. Lembro bem de
quando tinha uns oito ou nove anos de idade e queria ser exatamente o que sou
hoje: jornalista.
Me tornei o homem que sou hoje, a
partir do sonho daquele menino, que passava as tardes jogando futebol de botão,
narrando partidas e fazendo entrevistas imaginárias com os jogadores. Naquela
época, eu não tinha a real noção da importância e responsabilidade da profissão
que eu estava escolhendo. Formar opinião é uma função extremamente delicada, se
não se tiver consciência de que meras palavras influenciam a vida das pessoas.
Para o bem e para o mal, infelizmente.
Ao longo do caminho, nossos
valores e pensamentos mudaram. Nada de anormal, já que viramos adultos com
responsabilidades. De certa forma, chega a ser um pouco irônico o fato de que
ainda somos pessoas com muitas perguntas sem resposta, exatamente como era
quando éramos ainda pequenos sonhadores. O dia a dia estressante de trabalho,
as contas acumulando para pagar e as relações entres os casais são assuntos de
adulto, como diziam nossos avós. E sabemos que esses "problemas"
transformam as pessoas. Exatamente porque complicamos demais as relações
humanas com o passar dos anos.
Não seria mais fácil resgatar
alguns dos valores que se perderam pelo caminho? Ou quem sabe fazer uma profunda
reflexão de quem realmente somos e para onde queremos ir? As respostas de todas
as perguntas que ainda não foram respondidas por nossa "vida adulta"
estão em cada um de nós. Se ficar difícil, peça ajuda para aquela criança que
ainda existe dentro do teu coração.
Sou grato por aquele menino ainda
fazer parte de quem eu sou. Por ele ainda acreditar, neste mundo onde existe
tanta maldade e injustiça, de que as coisas podem e vão ser melhores. A vida pode
ser mais leve, exatamente como era quando éramos crianças. Basta a gente
querer, acreditar e nunca deixar de sonhar.
Muito bom! Gostei.
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