quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Atenção às crianças



Fazia algum tempo que não escrevia nada aqui no blog. Senti saudades. Espero que vocês também. Me dei conta do excesso de atividades diárias que nós, adultos, temos. E me dei conta também da época que eu era apenas um menino curioso, desvendando dia a dia todas, ou apenas algumas, das perguntas da vida.

Naqueles tempos, eu brincava na rua mesmo. Bem diferente dos dias de hoje. Com meus amigos e primos, inventávamos novas formas de diversão. Era jogo de botão, futebol na rua, tampcross (a pista era feita com uma enxada na areia e a gente dava petelecos na tampinha durante o trajeto), e tantos outros jogos que criávamos. Era um tempo de contato com o campo, com a natureza, com os animais. Na casa da minha avó Clandyra tinha de tudo. Desde galinhas, gatos, cães e até coelhos. Saudades de ir para a casa na praia de Imbé da minha outra avó, a Mafalda. Era brincadeira de pegar, de esconder, tanta coisa. Era o tempo das descobertas e das perguntas intermináveis para meus avós, pais e tios.

Hoje, temos tudo pronto. Uma criança já tem telefone, perfil no Facebook, videogame, etc. Toda a fase boa que eu tive, essa nova geração possivelmente nunca terá sequer conhecimento sobre o que estou falando. Se hoje sou um adulto por vezes ansioso, devo erguer as mãos para o céu pela infância que tive. Uma infância gradual. Tudo no seu tempo.

O que resta para essa geração de hoje? A instantaneidade das coisas infelizmente mata etapas. Se com esta infância que eu tive, tenho meus problemas existenciais, imaginem para essas crianças que ficam conectadas todo o tempo, com um turbilhão de informações na cabeça?

E me dou conta de tudo isso, sendo que não sou pai. Se fosse, ficaria muito preocupado com o futuro de meus filhos. Imaginem a geração de adultos ansiosos que estamos criando?


O que eu faria, se fosse pai, é reservar um tempo para meus filhos. Um tempo só nosso. Sem celulares, computadores, jogos eletrônicos. Um tempo que a gente não recupera depois. E podem ter certeza que fará muita falta pra eles no futuro. Dependendo da idade, quem sabe uma rodada de canastra ou jogar o bom e velho jogo de estratégia War? Independente do que for feito, vamos dar mais atenção às crianças.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

É preciso coragem



Desde janeiro deste ano, estou procurando emprego. Assim como uma grande parcela da população brasileira. Nunca em minha vida fiquei tanto tempo sem trabalho. Por vezes, pensei em desistir de tudo. Mais de uma vez, fiquei realmente triste e desanimado com o futuro que se desenhava. As dificuldades existem. Os obstáculos também. É preciso criatividade para driblar a crise. E coragem. Muita coragem.

Os números não mentem. Desde janeiro, o desemprego no Brasil só cresce. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta quinta-feira (20), a taxa de desemprego chegou a 7,5% em julho, na sétima alta mensal consecutiva. Em junho, o índice ficou em 6,9%. Em Porto Alegre, o índice subiu de 4,3% para 5,9%. Motivo de desespero? Para uns sim. Para outros, não.

A falta de perspectiva nos tira muitas coisas. Nos tira o sono, a dignidade, afeta a autoestima. A ansiedade aumenta e não vemos saída. Os dias passam e não conseguimos reagir. Só quem já viveu esse drama sabe do que estou falando. As contas acumulam e as dívidas com empréstimos só aumentam. Em meio a esse turbilhão, a família precisa ser sustentada. Aqui se instala o desespero.

De qualquer forma, o estímulo para continuar em frente vem de muitos lugares. Da família, dos amigos, de alguns contatos profissionais. Os desgastes mental a físico são implacáveis com quem se encontra nesta situação. Não é fácil.

A crise, porém, não pode durar para sempre. E para sair dela é necessário agir. Apontar culpados não vai adiantar. Já antecipo isso. Vamos evitar mais desgaste. Concentrar as forças em focar no que realmente importa neste momento: sobreviver.  Afinal, todos nós somos sobreviventes. Se temos forças para sobreviver, por que não lutar um pouco mais e vencer mais esta pequena etapa de nossas vidas?

Nesse momento de crise, não importa o que será feito. Importa é fazer alguma coisa. Falar com as pessoas, ser visto. Eu sei de uma coisa. Eu não vou desistir. E vocês, o que vão fazer a respeito?

Deixo esta citação, atribuída a Charles Darwin, e mais um vídeo para reflexão.


“Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças” - Charles Darwin

INQUEBRÁVEL



quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Fanatismo radical



Todos nós escolhemos um clube de futebol, uma religião, um partido político e uma ideologia de vida. Ou não. Têm coisas que são mais importantes para uma pessoa e para outra não dizem nada. A pluralidade de opiniões é que torna a vida interessante no ponto de vista de sempre aprender com pensamentos divergentes do nosso.

Mesmo que eu não concorde com uma opinião, procuro avaliar os motivos que fazem com que esta pessoa goste do vermelho e não do azul, goste de caminhar ou correr e até se prefere ir para a praia ou ir para o campo. É da vida. São estas escolhas que nos tornam quem somos. A nossa essência. A nossa individualidade.

Em todo esse contexto, me preocupa pessoas que não conseguem aceitar formas de pensar diferentes da sua. Estamos em uma democracia. Conheço gente que excluiu de seu perfil no Facebook ou qualquer outra rede social quem não tinha a mesma opinião. Sinceramente, não acho saudável fazer isso. Ou, por outro lado, não eram tão amigas assim. Nesse caso, é melhor preservar a amizade, apenas deixando de seguir a pessoa na rede social em questão.

A vida me ensinou, e acredito que para a grande maioria das pessoas, que não somos todos iguais. Temos crenças e ideologias diferentes. E é essa diferença que nos move, que nos faz continuar, nos faz sonhar e crer que as coisas podem ser melhores. Depende do ponto de vista de cada um.


O dia pode ser ensolarado ou chuvoso, mas não podemos ser fanáticos radicais e odiar ou a chuva ou o sol. Exatamente como são as opiniões diversas. Sempre existirão as contrárias à nossa. Tal qual as forças da natureza, sempre vão existir. Não temos controle sobre a natureza, assim como não controlamos as opiniões alheias. E não precisamos necessariamente concordar com os outros. Precisamos ter a grandeza de aceitar que todos somos únicos.

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Relações humanas?


  
Estamos na época do surgimento de diversas redes sociais ou de interação, comunicação e entretenimento que aproximam ainda mais as pessoas. A cada dia que passa, surgem novos aplicativos para smartphones, notebooks e desktops que aumentam a interação entre amigos e familiares que não moram na mesma cidade, estado ou país. A tecnologia, sem dúvida alguma, nos aproximou. Por outro lado, temos que tomar cuidado com ela.

Temos Twitter, Facebook, WhatsApp e tantas outras plataformas a aplicativos que nos trazem todas informações chegando a uma velocidade quase que instantânea, se propagando muito rápido. E posso dizer que o uso desenfreado de tecnologia me preocupa. Por dois motivos.

O primeiro, são as falsas informações que chegam às pessoas. Quem nunca recebeu algum conteúdo e não checou a procedência, repassando adiante quase que instintivamente? Eu mesmo devo ter feito isso alguma vez. E sabemos o impacto que uma informação equivocada pode ter na vida de uma pessoa. Às vezes, as pessoas não se comunicam de forma clara, deixando margem para interpretações equivocadas da mensagem que se queria passar.

O segundo, e não menos preocupante, é o fato do vício que essa interação online, 24 horas por dia, pode causar nas pessoas. Frequentemente utilizo alguns desses recursos na minha profissão. Às vezes me policio para saber o quão dependente me tornei deles. Se formos realmente prestar atenção, deixamos de lado algumas interações humanas para dar uma olhada no WhatsApp ou até mesmo abrir e-mails em horários e locais inapropriados.

Imaginem a seguinte cena. Você está em casa, com seus filhos e seu marido ou esposa. Preste atenção em quantas vezes você se distrai do que está fazendo para utilizar alguma tecnologia, seja ela qual for. Faça esse exercício hoje, e preste atenção no resultado.

E uma outra cena, vamos supor a seguinte situação. Amigos em um bar, cada um com seu smartphone nas mãos. Ao menos um deles está conectado, não é mesmo? Então, como sugestão, vou sugerir uma brincadeira que aprendi com um grande amigo, que vai tornar a noite de todos muito mais divertida.

Deixem todos os celulares em um local. Quem não conseguir se segurar em ficar ao menos uma hora sem conferir o que está acontecendo no mundo virtual, paga a conta. Podem ter certeza que esse pequeno exercício é o recomeço das grandes interações humanas.

Por fim, deixo este vídeo, que pode mudar a forma como vemos o uso das tecnologias. Com certeza, iremos recuperar boa parte da vida que ela nos tomou.




segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Marionetes do sistema



Independentemente de quem é o protesto, contra quem ou a favor de quem, é importante termos em mente e ser conscientes de que, infelizmente, somos marionetes da mídia e dos políticos. Lembro bem de quando trabalhei em veículos de comunicação e assessorei políticos no executivo e legislativo. Sei bem como funciona, nos dois lados: mídia e bastidores da política.

Certa vez, um político que eu assessorava resumiu, em uma frase, como funciona o sistema brasileiro de fazer política. "Política é um filme de um personagem só, e não é o mocinho". Aquelas palavras me fizeram ver com clareza, há quase dez anos atrás, o que sei muito bem hoje. E a cada dia, fica mais claro, para a maioria da população brasileira.

Para político, somos apenas um voto, não sonhos ou pedidos de melhoria nas diversas áreas que necessitam de cuidados urgentes no Brasil. Claro que para toda a regra, temos uma exceção. Ainda devem existir bons políticos. Espero ao menos que existam. Apesar de achar que esta boa minoria se perde no meio do caminho, levando uma "graninha extra" de vez em quando.

A marcha, protesto, seja qual for a manifestação, é contra a corrupção. Não contra partido A, B ou C. É a favor do Brasil. A favor deste povo que luta, que trabalha, que paga impostos. De gente que acorda às cinco horas da manhã e trabalha até às dez da noite, querendo apenas ter um prato de comida na mesa. Para chegar em casa e ter onde dormir. E tantos outros brasileiros, que tem sonhos, que lutam contra o desemprego, contra a desigualdade social.

Respeito, mas acho de uma ingenuidade alarmante sair às ruas sendo "coxinha" ou "petralha". Quem defende uma ideologia, uma maneira de melhorar o país, este tem meu respeito. Do contrário, é apenas o que eu sei há décadas: mais uma marionete do sistema.

Claro que no meio do caminho, conheci e trabalhei com muita gente honesta. Gente que pensa no bem do país, no sonho de uma dona de casa, que pode ver seus filhos tendo estudo e dignidade. Independente do partido, nós brasileiros que amamos nosso país, devemos fiscalizar e cobrar quem está sendo desonesto, todos os dias, em todos os lugares. Como vamos cobrar um país melhor, se nós mesmos não somos honestos?

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Perguntas sem resposta


Quando crianças, cada nova descoberta era um mundo fascinante que acabávamos de conhecer. Era uma época onde nossa única preocupação era brincar, sonhar e ser feliz. A partir destas brincadeiras, com nossos irmãos, amigos, primos e vizinhos, desbravávamos um novo mundo todos os dias. Um mundo mágico, que nos enchia de esperança.

Quem não sonhou em ser astronauta, professor, bombeiro, policial ou médico? Com a nossa inocência de outros tempos e a nossa pureza, as coisas eram tão mais simples. Lembro bem de quando tinha uns oito ou nove anos de idade e queria ser exatamente o que sou hoje: jornalista.

Me tornei o homem que sou hoje, a partir do sonho daquele menino, que passava as tardes jogando futebol de botão, narrando partidas e fazendo entrevistas imaginárias com os jogadores. Naquela época, eu não tinha a real noção da importância e responsabilidade da profissão que eu estava escolhendo. Formar opinião é uma função extremamente delicada, se não se tiver consciência de que meras palavras influenciam a vida das pessoas. Para o bem e para o mal, infelizmente.

Ao longo do caminho, nossos valores e pensamentos mudaram. Nada de anormal, já que viramos adultos com responsabilidades. De certa forma, chega a ser um pouco irônico o fato de que ainda somos pessoas com muitas perguntas sem resposta, exatamente como era quando éramos ainda pequenos sonhadores. O dia a dia estressante de trabalho, as contas acumulando para pagar e as relações entres os casais são assuntos de adulto, como diziam nossos avós. E sabemos que esses "problemas" transformam as pessoas. Exatamente porque complicamos demais as relações humanas com o passar dos anos.

Não seria mais fácil resgatar alguns dos valores que se perderam pelo caminho? Ou quem sabe fazer uma profunda reflexão de quem realmente somos e para onde queremos ir? As respostas de todas as perguntas que ainda não foram respondidas por nossa "vida adulta" estão em cada um de nós. Se ficar difícil, peça ajuda para aquela criança que ainda existe dentro do teu coração.

Sou grato por aquele menino ainda fazer parte de quem eu sou. Por ele ainda acreditar, neste mundo onde existe tanta maldade e injustiça, de que as coisas podem e vão ser melhores. A vida pode ser mais leve, exatamente como era quando éramos crianças. Basta a gente querer, acreditar e nunca deixar de sonhar.

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Vamos curar o futuro



Quanto tempo ainda nos resta de vida? Para alguns, dez, vinte, quarenta ou cinquenta anos. E depois disso? Quando partirmos dessa grande jornada que chamamos de vida, o problema não é mais nosso, correto? Pois é. Este pequeno e insignificante planeta azul chamado Terra é o nosso lar. O país, a cidade, o bairro e a moradia em que vivemos deveria ser o nosso tão precioso porto seguro.

Infelizmente, com o passar dos anos, a ganância envenenou o ser humano, fazendo com que ele se tornasse a pior espécie de todas que vivem neste lindo e ainda habitável planetinha azul. Cuidamos apenas do que é nosso e o resto é problema dos outros. Essa é mais uma verdade que pode chocar a todos vocês. O quão egoístas e mesquinhos nos tornamos. Sim meus amigos, vamos aceitar o fato de que pensamos apenas em nós mesmos. A gente esquece que os nossos filhos ainda estarão aqui. E os filhos de nossos filhos também. Essa é a chamada perpetuação da espécie (será que vale a pena?). E adivinhe? Eles são nossos familiares, mesmo que a gente não esteja mais aqui.

O ser humano é como uma nuvem de gafanhotos famintos. Nesse caso, nossa "plantação" é a sede por dinheiro e poder, não importa a que custo. Imagino que a riqueza e os recursos do planeta são bem divididos, não é mesmo? Não existem pessoas sem atendimento médico, passando fome, sem moradia. Vivemos num mundo perfeito para deixarmos exatamente como está para os nossos descendentes.

Sabem o que uma criança de cinco ou seis anos faz quando atinge a idade adulta? Ela imita. Tal qual fizemos no passado, quando aprendemos tudo o que sabemos hoje de nossos pais, tios, avós, primos, amigos, etc., elas vão repetir exatamente o que aprenderam em algum momento da vida delas. É ai que entram as figuras mais importantes que temos nos dias de hoje: os pais.

Dê um bom exemplo e é possível que seus filhos o sigam a vida toda. Alguns podem não dar ouvidos, outros podem seguir estes conselhos que adquirimos com a maturidade. A escolha é só deles. Livre arbítrio, lembra? Mas dê um mau exemplo. De quem é a culpa nesse caso? Dele, por fazer errado? Claro que não. Única e exclusivamente de quem ensinou errado, ou seja, dos pais.

E são exatamente os nossos filhos vão cuidar do futuro de todas a gerações que ainda estão por vir. Eles serão os governantes, médicos, advogados, professores, jornalistas, cientistas, e diversas outras profissões que vão levar adiante o futuro da raça humana.

E vamos simplesmente jogar toda esta responsabilidade nas costas deles? É justo, nos omitirmos agora, em nossos mundinhos egoístas? Ou vamos guiar essa turma toda que pode ser uma grande geração de seres humanos? A escolha é de cada um. O exemplo começa em casa, nunca esqueçam disso. Vamos agir para que os valores sejam perpetuados e não continuar a tornar a nossa sociedade cada vez mais doente.