Fazia algum tempo que não
escrevia nada aqui no blog. Senti saudades. Espero que vocês também. Me dei
conta do excesso de atividades diárias que nós, adultos, temos. E me dei conta
também da época que eu era apenas um menino curioso, desvendando dia a dia
todas, ou apenas algumas, das perguntas da vida.
Naqueles tempos, eu brincava na
rua mesmo. Bem diferente dos dias de hoje. Com meus amigos e primos,
inventávamos novas formas de diversão. Era jogo de botão, futebol na rua,
tampcross (a pista era feita com uma enxada na areia e a gente dava petelecos
na tampinha durante o trajeto), e tantos outros jogos que criávamos. Era um
tempo de contato com o campo, com a natureza, com os animais. Na casa da minha
avó Clandyra tinha de tudo. Desde galinhas, gatos, cães e até coelhos. Saudades de ir para a casa na praia de Imbé da minha outra avó, a Mafalda. Era brincadeira de pegar, de esconder, tanta coisa. Era o tempo das descobertas e das perguntas intermináveis para meus avós, pais e tios.
Hoje, temos tudo pronto. Uma
criança já tem telefone, perfil no Facebook, videogame, etc. Toda a fase boa
que eu tive, essa nova geração possivelmente nunca terá sequer conhecimento
sobre o que estou falando. Se hoje sou um adulto por vezes ansioso, devo erguer
as mãos para o céu pela infância que tive. Uma infância gradual. Tudo no seu
tempo.
O que resta para essa geração de
hoje? A instantaneidade das coisas infelizmente mata etapas. Se com esta
infância que eu tive, tenho meus problemas existenciais, imaginem para essas
crianças que ficam conectadas todo o tempo, com um turbilhão de informações na
cabeça?
E me dou conta de tudo isso, sendo
que não sou pai. Se fosse, ficaria muito preocupado com o futuro de meus
filhos. Imaginem a geração de adultos ansiosos que estamos criando?
O que eu faria, se fosse pai, é
reservar um tempo para meus filhos. Um tempo só nosso. Sem celulares, computadores,
jogos eletrônicos. Um tempo que a gente não recupera depois. E podem ter
certeza que fará muita falta pra eles no futuro. Dependendo da idade, quem sabe
uma rodada de canastra ou jogar o bom e velho jogo de estratégia War? Independente
do que for feito, vamos dar mais atenção às crianças.
Eu como pai tento estar muito atento a essas coisas. Por mais que seja quase inevitável que os eletrônicos façam parte da vida de uma criança hoje em dia (devo admitir, às vezes até como forma de trégua para nós pais), é indispensável afatá-la um pouco desse universo tão automático e sem alma.
ResponderExcluirAcho que tu tens razão, Eduardo, quando propõe que se dedique um temo 'fora da tomada'. Eu, particularmente, faço com que minha filha se interesse por desenho, pintura, jogos, e assim, normalmente, com a TV desligada, fazemos trabalhos com tinta, brincamos de quebra-cabeça e jogo de memória e ela adora e pede.
Lógico que gosta muito de TV, de desenhos, de mexer no meu tablet, mas tem tanto prazer nisso quanto em ficar pintando com giz de cera.
Mais uma vez, ótimo texto.
Pelo jeito, quando for o momento serás um bom pai.
Abraço.